Foram divulgadas no final de janeiro as primeiras imagens de um recife de coral único, e que atordoou cientistas quando descobertos em 2016 na foz do Amazonas.
O recife de 600 milhas de comprimento deve revelar novas espécies, mas empresas de petróleo planejam perfurar na área. As fotografias foram capturadas a partir de um submarino lançado a uma profundidade de 220 metros do navio Esperanza, do Greenpeace.
Os ativistas da ONG dizem que a perfuração será impedida para proteger o recife. A descoberta do recife, que se estende da Guiana Francesa ao estado brasileiro do Maranhão, foi uma completa surpresa para os cientistas. Corais prosperam principalmente em águas claras e ensolaradas, e as águas perto da foz do Amazonas são algumas das mais lamacentas do mundo.
Mas o recife inclui a boca da Amazônia e já é conhecido por ser o lar de mais de 60 espécies de esponjas, 73 espécies de peixes, lagostas e estrelas.
"Este sistema de recifes é importante por muitas razões, incluindo o fato de possuir características únicas no uso e na disponibilidade de luz", disse Nils Asp, pesquisador da Universidade Federal do Pará, em Belém, Brasil, a bordo do Esperanza.
"A região possui um enorme potencial para novas espécies e também é importante para o bem-estar econômico das comunidades de pescadores ao longo da zona costeira amazônica".
Porém, já foram concedidas áreas de exploração de petróleo para a área e as empresas petrolíferas Total, BP e Petrobras podem iniciar a perfuração, basta obterem autorização do governo brasileiro.
"Devemos defender o recife e toda a região na foz da bacia amazônica da ganância corporativa que coloca os lucros à frente do meio ambiente", disse Thiago Almeida, um ativista do Greenpeace Brasil. A foz da bacia do rio Amazonas é também o habitat do peixe-boi americano, a tartaruga amarela do rio Amazonas, os golfinhos e a lontra de rio.
Cientistas revelaram a existência do recife em abril de 2016 e escreveram: "Estes blocos de exploração logo estarão produzindo petróleo perto dos recifes.Tais atividades industriais de grande escala representam um grande desafio ambiental ".
O Greenpeace disse que já foram perfurados 95 poços na região, nenhum dos quais encontrou gás e petróleo economicamente ou tecnicamente viável.
Mas o governo brasileiro especula que a área pode conter 14 bilhões de barris de petróleo.
As informações são The Guardian